3 de outubro de 2012

Quando você volta... - Um pouco das minhas 'estórias'


Ele olhou pra ela e disse:
-"Lembra de quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre?" Pois é, fomos tolos, eu e você. Nada dura pra sempre. Como eu poderia aguentar o seu mal-humor eterno, suas manias de louca e sua implicância?
- E eu, como poderia aguentar seu jeito infantil, sua chatice e sua inquietação constante?
- Por isso estou indo embora. Você não é aquilo que eu pensei. Não quero mais te ver.
- Pois vá, é não volte outra vez. Não preciso de você aqui.
Ele pegou a mala, virou as costas e saiu. Ela ficou olhando pra ele, com o peito sangrando de dor, os soluços presos na garganta e as lágrimas banhando a face e o colo. Ele não olhou pra trás. Ela não chamou por ele. Ele dobrou a esquina e ela entrou em casa e fechou a porta. Era o fim. Dessa vez, pra sempre.
Ela deitou na cama e começou a chorar, enquanto cheirava o travesseiro impregnado do perfume dele. Ela pensava no que fazer pra suportar a ausência que ele iria deixar. A campainha tocou. Ela não foi atender. A porta se abriu e ele entrou. Ela ouviu seus passos no corredor. Seu coração palpitava. "Ele voltou! Será que esqueceu algo?". A porta do quarto abriu e ele ficou parado, olhando pra ela.
 - Não posso ir. Eu te amo. Você realmente não é a pessoa que eu pensei, mas é exatamente a pessoa que eu quero ter ao meu lado. Você tem os defeitos mais irritantes, mas eles me completam. Quando você sorri, é como se o sol invadisse a minha vida. Quando você me abraça, é todo o amor do mundo que eu sinto a minha volta. Você é a imperfeição mais linda que eu conheço, tem o sorriso mais verdadeiro e um senso crítico implacável. Eu te desejo, eu te admiro, eu te quero do meu lado, com todos os sorrisos que você vai me proporcionar, e com todas as raivas, chateações, crises de ciúmes e dores de cabeça. Eu te quero porque você é a única mulher que me fascina.
Ela levantou e não disse nada. Pôs as mãos no rosto dele e lhe deu um beijo lento e demorado. Ela sabia que o tinha, e também sabia que era sua, como nunca fora de ninguém. Ela amava cada centímetro daquele corpo, cada batida daquele coração, e cada aborrecimento que aquele homem lhe causava. Fizeram amor e adormeceram. Quando acordaram fizeram um passeio pela cidade, de mãos dadas. As pessoas os viam passando e nem desconfiavam da briga que tiveram a algumas horas. Só tinham certeza de uma coisa: eles haviam sido feitos um para ou outro.

Anne Dias

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