13 de dezembro de 2012

" Não há memória mais terrível do que a pele... "


(Retirado do blog: "Ao invés de ponto, uma vírgula...")

Mais ou menos assim...


Não dá. Não é isso que eu tô querendo.
Eu sei, eu deixei você pensar demais, deixei você acreditar que a gente poderia ser alguma coisa um dia. Mas não. Não seremos. Eu sei que quando sua boca chegou perto da minha eu te deixei sentir o meu suspiro de ansiedade. Eu sei que eu deixei o meu perfume envolver os seus sentidos. Eu sei disso tudo, mas não, não dá pra ficar.
Não vou te pedir desculpas, porque desculpas pede quem erra. Nesse caso não há culpados ou errantes. Existe apenas um fato, uma realidade, talvez mutável, mas distante: você nunca seria meu se eu te aceitasse assim... Não nasci pra ocupar segundo lugar.
Tenho uma necessidade aguda de me sentir segura, entende? Sou meio antiquada diante do novo contexto que envolve a palavra "relacionamento" no mundinho moderno. Gosto de mãos dadas, passeios na pracinha, filminho no final de semana, flores, bombons, ursinhos, cartinhas, bobagens de gente apaixonada. Amasssos quentes em carros de vidro fumê estacionados em bairros distantes não combinam comigo. E até combinam, se depois a gente puder passear por aí, pra todo mundo ver... É, acho que nossa idéia de "romance" é um tanto diferente.
Sim, eu gosto de você, querido. Quem não gostaria? Mas não é o suficiente pra distorcer meus planos. Chega de carinhas descolados, gente madura e mentirosa, pessoas imaturas com certo charme... Agora é minha vez. Eu em primeiro plano, sacou? Meus desejos, minhas realizações, meu conforto, minha liberdade. Eu. Primeiro eu, querido. Quando eu puder encontrar alegria, mesmo caminhando sozinha, estarei pronta pra deixar que alguém ocupe o lugar ao meu lado. Antes de amar alguém é necessário amar a si mesmo. Pra aprender a viver junto, deve-se entender um pouco de solidão. "É melhor solidão sozinha, do que solidão acompanhada."
#Se é que você me entende.#

Anne Dias